quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Os médicos e o Juramento de Hipócrates

Hipócrates X HIPÓcritas
E o juramento?
Desta vez, foram “alguns” médicos que foram para as ruas. Ainda bem que posso destacar e colocar aspas neste alguns, porque foram só “alguns”. Não foram todos, mas apenas alguns. Ainda bem que não foram todos, ou acho que teríamos todos nós, “o povo”, pelo bem da nossa saúde, que ir procurar curandeiros de todo tipo e pajés para nos tratarem com as suas pajelanças e magias. Quem seria louco de confiar em médicos que não querem trabalhar cuidando do povo e não querem que outros façam o seu “serviço”? Imaginem, os “doutores” não querem labutar nas emergências ou nos rincões mais distantes deste nosso imenso país, e também não querem que o governo contrate médicos de outros países para tratar da saúde da população nestes lugares. Então, aqueles cidadãos que moram em lugares não tão convidativos quanto as nossas aprazíveis grandes cidades e capitais deverão morrer sem atendimento médico quando adoecerem? Talvez se automedicarem?
   A esfarrapada desculpa de quererem “validação” dos diplomas dos médicos extranacionais, equivale a dizer que os nossos doutos senhores dos conselhos de medicina e demais médicos “agora” inconformados, de uma hora para outra, avaliaram profundamente as faculdades de medicina de outros países e, num passe de mágica, descobriram que todas estas faculdades são “uma porcaria”, incapazes de formar bons doutores.
       Neste momento, eu me pergunto, onde andava tanto apuro e percepção por todo este tempo em que sofremos, aleijamos e morremos na imensa maioria dos nossos hospitais públicos, sem remédio, sem condições e sem atendimento? Porque estes “agora” tão críticos doutores nunca foram para a rua defender a saúde da população e, de repente, eles ficaram tão rápidos para reinvindicarem que as coisas NÃO MELHOREM, que NÃO SE AUMENTE a quantidade de médicos? O que eles querem afinal? Fazer como um doutor do hospital público municipal da cidade de Jandira, em São Paulo, que, em 30 dias, “cometeu” até 25 horas de trabalho por dia???? Com este a população deve estar bem arrumada porque, além de não dormir jamais, ele também é mágico.
   Não me atrevo, de forma unilateral e indiscriminada, a desqualificar a formação cultural e técnica destes doutores inconformados. Nesta armadilha eu não cairei, pois se acabei de lhes condenar esta atitude! No entanto, do Juramento de Hipócrates, eu posso afirmar esta minha impressão categórica. Estes médicos, nestas passeatas, podem até já ter ouvido falar do Juramento de Hipócrates, mas ELES NÃO SABEM O SEU SIGNIFICADO.
   Que estupidez! Médicos, nas ruas, marchando para que a população continue sem ter direito a saúde pública. Ah, se Salvador Dali estivesse vivo. Certamente, teria motivo para um grande quadro. Surrealismo puro. Realmente, estes senhores não devem saber o que estão fazendo. Ou na rua ou na Faculdade de Medicina. Devem sim, ter perdido a noção das coisas.
Aliás, medicina.... O que isto quer dizer mesmo?
   Podem agora dizer por aí, mas o povão foi para as ruas e você aplaudiu... Aceito, “mea culpa, mea máxima culpa”. Ao povão e a sua luta pelos seus mais fundamentais direitos, eu aplaudo sim, de pé. Mas, estes senhores que esqueceram de ser médicos, não querem ser médicos e não querem que outros sejam. A estes senhores, eu só posso apresentar a minha estranheza e indignação.
   E ainda aviso ao povão: “Não mordam esta isca”.
   E para a Dona Dilma: “Contrate os estrangeiros sim, todos os que quiserem vir tratar dos nossos cidadãos. Já a estes, senhores, respeitada Presidenta, mande-os para casa, sem salário!”

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